domingo, 11 de abril de 2010

texto principal para próxima aula

Prezados alunos,
o texto principal para a próxima aula foi colocado no site da disciplina e está em pdf. Em nossa aula próxima, além das apresentações dos trabalhos, trataremos sobre ações afirmativas na universidade, especialmente o sistema de cotas.
Leiam e participem da aula!
profª Keila

41 comentários:

Unknown disse...

Olá professora! Tudo bom?
Nesta quarta-feira, além das apresentações dos blogs, teremos novamente aula sobre cotas?

O Professor que apresentou aquela palestra irá novamente?

Muito obrigado!
bjs
Bruno Rivetti Zabeu

Rede Projetos EJA disse...

Oi, Bruno!
Na próxima aula só haverá apresentação dos trabalhos. Infelizmente, não haverá mais tempo para fazermos a discussão das cotas. Na outra semana já é nossa última aula e nela faremos uma avaliação.... Enfim, o tempo é curto!
Keila

Daniel Ferraz de Campos disse...

Gostaria aqui de expor minha opinião sobre o sistema de cotas da maneira mais respeitosa possível.

Eu, ao adentrar na Universidade, era um tanto quanto averso à idéia da política de cotas, muito provavelmente porque esse sistema faria com que minha parcela de vagas se tornasse menor e, portanto, as vagas se tornariam um pouco mais concorridas. O que aconteceu é que, depois de entrar na UFABC, acabei por conhecer diversas pessoas e, muitas delas, eram oriundas de ensino público, o que me fez pensar bastante. Uma das coisas que eu pensava era que possivelmente, algumas das pessoas que entrassem através do sistema de cotas não conseguiria "acompanhar" o ritmo, o que era infundado. Talvez não totalmente, mas percebi que a boa vontade de quem entra faz com que o mesmo consiga atingir as mesmas metas, independente do tipo de ensino previamente cursado. De fato, creio que de alguma forma este é um tipo de segregação, mesmo conhecendo o histórico de nosso país e as atuais atrocidades que eventualmente ainda ocorrem no âmbito racial, o que é um absurdo. Entretanto, se esta não é uma boa forma de atingir a igualdade e pode ser considerado um "mal" para o equilíbrio, confesso que talvez seja um "mal" necessário. Sei também que a melhor forma de equilibrar tudo é, muito provavelmente, reestruturar a educação de base. É aqui que entra toda a política da coisa. Nem sempre é interessante essa reestruturação para um político por exemplo, pois o resultado não é imediato, é necessário grande investimento e, por vezes, uma população mal informada pode ser melhor votante. De qualquer forma, aqui não se discute política, e sim, acerca do sistema de cotas.

Concluo então que apesar de não ser, em minha opinião, uma política 100% saudável, é necessária e está funcionando relativamente bem, melhor do que o esperado eu diria.

Att.

Rede Projetos EJA disse...

Olá, Daniel
muito boa sua argumentação. Pena que não tenhamos mais tempo, em sala, para debatermos mais profundamente o sistema de cotas que é, sim, uma questão política e que precisa ser mais discutida no meio universitário.
Keila

Unknown disse...

Tendo em vista a grande discrepância entre o ensino público e o privado, isso é o que infelizmente ocorre,deve-se portanto haver uma política de diferenciação que não tenha um caráter preconceituoso/ discriminatório, mas sim de diferenciação para que possibilite que aqueles que não estejam inseridos nas classes mais abastadas possam ter alguma chance de entrada em um futuro mais promissor. Não querendo entrar no mérito de ser o melhor ou não o projeto de cotas,eu creio que este como sendo o único em vigor com esta finalidade, deveria ser discutido para que haja uma reflexão por parte da população "desinformada" e aceito,para que assim possamos tentar minimizar as crescentes desigualdades do país para quem sabe um dia isso não seja mais necessário.

Rafael Bentim disse...

De acordo com a palestra que assisti sobre a política de cotas na UFABC, penso que é muito importante que o ambiente universitário seja uma amostra da diversidade, tanto cultural quanto financeira, da população brasileira. Além da ampliação do público-alvo em universidades públicas a fim de diminuir a desigualdade social, o convívio com o diferente é capaz de quebrar paradigmas e, aos poucos, eliminar os preconceitos. Só acho que a forma com que isso é feito deve ser constantemente divulgada a fim de evitar mais um preconceito com as pessoas atendidas por tal política.

Rafael Bentim

Pedro H. B. Ligere disse...

Este assunto referente ao sistema de cotas tem os dois lados. Se for considerar a idéia de cotas raciais, eu sou contra, pois ao invés de ser uma forma de combate ao preconceito, tal sistema só cria ainda mais diferenças. A cota racial por si só escancara o modo como grande parte da sociedade pensa, subeentendendo-se que, por exemplo, negros têm menos chances de conquistar uma vaga no vestibular do que os brancos, o que não é verdade, pois a "raça" da pessoa não diz se ela é mais capacitada ou não.
Por outro lado, concordo plenamente com o sitema de cotas para estudantes de escolas públicas, pois estes sim tem menos condições de competir por uma vaga no ensino superior se comparados a estudantes de escolas privadas, que são muito mais preparados. Estas cotas possibilitam que pessoas menos favorecidas financeiramente desfrutem de um ensino de melhor qualidade, num convívio com pessoas das mais diversas condições, com diferentes histórias de vida, o que tende a unir as classes sociais.
Portanto, o aprimoramento do sistema de cotas sociais deve ser cada vez mais analisado, pois é um bem para a sociedade.

Pedro Ligere

andrei lópez disse...

Lendo o texto de Ações Afirmativas na UFABC, tirei as seguintes conclusões:
Não sou e continuarei não sendo a favor de cotas raciais e de cotas de acordo com o tipo escola da qual o ingressante veio.
Primeiro, as cotas raciais só estimulam ainda mais a segregação no nosso país, sei que o nosso histórico é horrível e marginalizou índios e principalmente ex-escravos nos séculos anteriores, mas aplicar isso é dizer que índios e negros são desprovidos de passar num vestibular (sem cotas) e também são incapazes de se sustentar no ambiente acadêmico.
Segundo, sobre cotas à escola pública, acho isso absurdo: alunos como eu que passaram toda sua vida em escola pública e somente no ensino médio fizeram escola particular (porque os pais guardaram suadamente dinheiro para isso) para ter capacidade de entrar numa universidade, entram fora dessas cotas. Outra: existem pessoas "muito bem de vida", que fazem seus filhos estudarem em escolas públicas, mas a noite pagam pra seus filhos estudarem nos cursinhos mais puxados (eles tem dinheiro pra estudar numa particular), assim, o filho entra como cotista da escola pública e entra com uma bagagem de conteúdo de um ensino particular, aproveitando todo esse sistema de cotas.
Terceiro, o único tipo de cota que deveria existir é o de cota por renda: a pessoa que é muito desprovida financeiramente tem todo o direito de entrar numa universidade e, também, quando entrar, receber auxílio para se manter (ação já oferecida pela UFABC).
Quarto, o principal, sobre o desenvolvimento do estudo do perfil socio-economico dos alunos da UFABC durante o três primeiros anos de sua existência, acredito que, realmente, avaliar candidatos de uma forma tradicional para ingressar num sistema totalmente inovador é contraditório. Avaliar somente o "conteúdo", a "decoreba" de cada candidato é vergonhoso. Por mais que seja estranho para alguns e interessantes para outros, na minha opinião, deveria ter um método de avaliação psicológica, comportamental, etc. para acesso à universidade. Não estou me referindo à uma segregação mental, onde pessoas, por exemplo, com deficiencia fiquem de fora, mas a ideia, como numa entrevista de emprego, como você agiria em tal situação? o que você pensaria se acontecesse isso? como você solucionaria tal problema x? E assim vai.

Att.
Andrei Lopez

Anônimo disse...

Na minha opinião, o sistema de cotas, tanto raciais quanto para alunos do ensino público, é uma de disfarçar um problema muito maior: a deficiência na educação básica no Brasil.

Se o ensino fundamental e médio público no nosso país fossem de qualidade, como em países desenvolvidos, alunos do ensino público teriam as mesmas chances de ingressar em universidades públicas que os alunos do ensino privado, independente da raça ou classe social. Entretanto, para melhorar a educação básica é necessário uma série de reformas: na estrutura física das escolas, na formação dos educadores e talvez principalmente, reformas na segurança da escola.

Não podemos julgar os professores do ensino público, dizendo que eles não desejam ensinar. Porém, para o bom ensino é preciso disciplina. E não há disciplina na sala de aula se o professor não tem autoridade. Vejo o professor do ensino público mais como um refém de seus alunos do que como educador. A violência constante nas escolas, tanto entre os alunos quanto na relação de alunos com os professores, assusta e afasta profissionais dessa área. Como é possível ensinar se os professores são ameaçados pelos alunos, alguns deles já ligados ao crime?

As políticas de ações afirmativas podem dar oportunidades para alguns membros das classes menos favorecidas, mas não resolverão o problema real, que tem dimensões muito mais abrangentes.

Indo mais além, penso que a deficiência na educação básica traz lucros para os colégios particulares. Pais com condições um pouco melhores e que desejam uma boa e segura educação para seus filhos, buscarão os colégios particulares. Se a educação pública fosse tão boa quanto a particular, esses pais colocariam seus filhos em escolas públicas, o que levaria muitos colégios pagos à falência.

Eduardo B. Oliveira

Ricardo T Fabretti disse...

Acredito que a idéia das cotas deve ser mais e melhor apresentada para a população, observando os dados, mostram que o numero de pessoas beneficiadas pelas cotas está diminuindo. Também é necessário uma melhor apresentação sobre o que são as cotas, para que não haja preconceito de parte da sociedade que possivelmente não as entendem. Acredito também, que como a professora disse, "piadinhas" sobre o assunto não devem ser estimuladas, pois aumemtam o preconceito.

bom recesso a todos ;)

Ricardo Trindade Fabretti

Unknown disse...

Não sou contra cotas raciais. Mas acredito que este sistema ainda deva ser muito melhorado e discutido. Tentar tapar um buraco histórico de segregação racial utilizando do mecanismo de classificação racial não faz muito sentido. Naturalmente, todos sabemos do histórico de sofrimento dos afrodescendentes na história deste país, e o quanto trabalharam duro (mesmo que muitas vezes obrigados) na construção desta nação, não só na parte estrutural como também na parte cultural. Mas sabemos também que os menos providos em geral (de quaisquer etnia), sofreram e sofrem diariamente de segregação social. Os negros foram escravizados sim, mas devemos lembrar que assim como estes os oriundos das camadas inferiores também o foram e são até hoje. Portanto, acredito que devemos sim discutir e pensar melhor na política de cotas, para que esta possa efetuar o seu papel de maneira clara e sem gerar os conflitos nos quais se apoia, levando em consideração principalmente a questão socio economica ao inves da classificação da cor da pele.

Bruno José Rodrigues dos Santos

Unknown disse...

O que é fato é que o sistema de cotas (sejam raciais ou socioeconômicas) é muito polêmico e discutível mas desde que estejam embasados e bem argumentados deixando de lado o achismo como a professora bem frisou nas aulas, mas devemos sempre pensar que todos têm o direito de conseguir um ensino de qualidade e público.

D.A.V. disse...

Fiquei surpreso com os gráficos apontados na aula sobre cotas para ingresso na Universidade Federal do ABC. Eles mostraram que a participação dos candidatos das escolas públicas estão diminuindo, ao contrário dos alunos de escolas particulares que estão aumentando. E que o perfil da maioria dos candidatos no último vestibular é pessoas da cor branca, que moram com os pais, com renda relativamente alta, que estudaram no período diurno, solteiras, que são da capital e que não trabalham. Isso se torna um contraditório com o projeto de implantação estabelecido para a universidade. Assim como o texto “Ações Afirmativas na Universidade Brasileira: a experiência da UFABC” concluiu eu também concordo que só reservar as vagas para um grupo da sociedade não é o suficiente para preenchê-las, precisar ser analisadas outras coisas também. Porém, adoção de contas é uma política mais prática e fácil para inclusão social e racial no ensino superior público brasileiro. O correto seria fazer o que todos já sabem, aumentar os investimentos nas escolas públicas do país. Como esse processo leva tempo e a curto prazo não garante eleição de ninguém, então o jeito seria recorrer as contas. Ignorar as cotas seria deixar as coisas como estão, onde tudo fica no plano da teoria perfeita e nada é aplicado. Espero que Universidade Federal do ABC seja um exemplo que consiga conciliar inclusão social e racial e qualidade. Não que um necessariamente exclua o outro.

Mainã Portella garcia disse...

Em primeiro lugar gostaria de dizer que sou a favor das cotas na universidade.
O ponto chave ao discutir essa questão é tentar visualizar a entrada no vestibular como uma corrida, onde a largada é muito desigual entre determinadas classes. No primeiro bloco, ou seja na frente, estão os alunos de escola particular (e não tem essa desculpa de que a minha escola particular era ruim, quase a mesma coisa que uma escola pública. Pois como vimos em nossa visita de campo, existem escolas publicas que não tem ao menos uma biblioteca), em segundo e bem distante vem os estudantes de escolas públicas (onde o ensino muitas vezes é bem fraco, chegando em algumas escolas o aluno sair do 3º ano do ensino médio, sem ter pisado nenhuma vez em um laboratório. E ainda tem a questão de não existir condições de se fazer um cursinho), por último e mas longe ainda, encontram-se os negros (pois com eles além de serem a maioria nas escolas públicas, devem ultrapassar outro obstáculo, eles ao concorrerem com uma vaga de emprego, tendo os candidatos o mesmo nível de ensino, muitas vezes sofrem ainda de preconceito racial. Com eles nossa divida é muito grande, por tudo que eles já passaram e ainda passam).
Agora responda quem ganhará à tão sonhada corrida e conseguirá entrar em uma universidade pública????
Acho que não é preciso nem responder. Até aqui na UFABC onde existem as cotas, quantos alunos negros existem em nossa sala de aula, dois, três, da para contar. Portanto onde estão os alunos negros??? Em que cargo de chefia existe um??? Novamente da para contar nos dedos.
Ou seja, se nenhuma atitude for tomada eles nunca serão inseridos, consequentemente seus filhos também não, e assim por diante.
As cotas possuem esse papel, de tentar diminuir a desigualdade da corrida, e mesmo assim eles terão de se esforçar para correr atrás e chegar a uma universidade pública.


Mainã Portella Garcia

Clinger disse...

As cotas em universidades são positivas na medida em que proporcionam aos jovens que não possuíram um bom ensino básico e que não possuem condições para paga-lo a oportunidade de entrarem em uma universidade pública. Porém, as cotas deveriam ser implementadas por um determinado período de anos, enquanto o ensino médio e fundamental públicos fosse sendo reformulado e melhorado e o número de universidades ampliado. Assim com a criação de novas universidades e um ensino público consistente, as cotas poderiam ser abolidas, e tanto o ensino superior quanto o básico público estariam fortalecidos.

André Moraes disse...

Antes do debate sobre as ações afirmativas na universidade, era totalmente contra a cota étnica e racial, pois acreditava que esta iniciativa só iria agravar a situação proporcionando maior preconceito e até recusa dos beneficiados, mas agora percebo que o motivo das cotas é algo além das diferenças étnicas, que busca reparar fatos históricos, que sim, afetaram e afetam até hoje nas oportunidades das populações que sofreram conseqüências negativas durante a época da escravidão, mais ainda acho que muito deve ser debatido para chegar numa forma de cota menos apelativa, que não leve o nome de raça ou etnia, pois essa definição ainda é vista por muitos como uma forma de preconceito.
As cotas para alunos que cursaram integralmente o ensino médio em escolas públicas visam diminuir a competição desigual e assim como as cotas étnicas, elas não focam a capacidade dos candidatos, se eles são desprovidos por natureza de passar no vestibular ou não, mas trata a questão das oportunidades de adquirir o conhecimento necessário para ingressar numa universidade pública, uma vez que este conhecimento é oferecido, principalmente, pelo ensino médio. É conhecido de todos que a competição desigual pelas vagas na universidade é devido a precariedade do ensino médio brasileiro, mas não vejo como solução esperar o governo resolver o problema do ensino para assim diminuir a desigualdade no vestibular, pois como também já foi comentado , uma população mal informada é aquela de fácil manipulação dos políticos, e acredito que medidas, como as ações afirmativas das universidades, oferecem oportunidades à toda população ao acesso a informação e uma formação acadêmica de ponta, transformando uma população leiga em uma bem informada, formadora de opinião, que não será facilmente manipulada, capaz de perceber quem são os candidatos à representantes e governantes do povo brasileiro, e por meio do voto consciente decidir aqueles que irão reverter o quadro da educação brasileira, e quem sabe, talvez a política de cotas não será mais necessária.

Unknown disse...

Bom, sou uma aluna oriundo de escola pública, ou seja, fui beneficada com as cotas.

Não sou contra, porque sei das dificuldades de se estudar em uma escola pública, e acredito que este sistema de cotas seja uma "alavanca" para o ingresso na Universidade. Porém, é claro, que a mudança necessária é na raiz do problema, se a qualidade de ensino da escola pública fosse igual a da escola particular não ocorreria este problema.O que me entristece é ver que pouco está sendo feito para se acabar com isso. Mas de qualquer jeito, essas ações afirmativas já são alguma "reação" para a amenização disso tudo.

Li no texto que um novo método de ingresso que não o vestibular convencional poderia de certa forma contribuir para a inclusão social dos alunos, e vejo que o método do ingresso pelo Enem agora adotado pela Universidade é uma medida interessante e com um fundo teórico, que vai de acordo com os princípios da Universidade desde sua criação.

Acredito que aos poucos, com estas pequenas mudanças, o objetivo de inserir a camada menos favorecida a um ensino público sperior de qualidade seja alcançado.

Alexandre dos Santos disse...

O sistema de cotas realmente introduz sociedades que estão cada vez mais sendo isolada do mundo e suas perspectivas.

Um aluno de ensino público, normalmente de classes menos priorizadas, tem limitações quanto ao tentar continuar seus estudos e cada vez mais almejar uma boa estrutura na sociedade. Mas isso ocorre devido ao mal gerenciamento da educação no Brasil, que não da valor aos professores de ensino público, entre outros investimentos que poderiam ser feitos em escolas publicas, assim tendo um deficit na educação e aprendizado de alunos dessas escolas.Por isso, na minha opinião, o sistema de cotas para os alunos de ensino público é uma maneira de estes alunos de escola pública diminuirem suas limitações quanto aos estudos mas ao mesmo tempo é uma certa comodidade do governo.

Já quanto as cotas raciais é uma questão muito delicada.Se ouve muito que esse sistema de cotas é mais uma forma de preconceito as diversas raças existentes no mundo. Mas se analisarmos a história do Brasil e do Mundo conclui-se que houve uma exclusão de certas raças devido a preconceitos e que hoje concientemente podemos corrigir esta exclusão social que existiu a tempos atrás. Eu já critiquei muito o sistema de cotas raciais, pois eu estudei com amigos de diferentes raças que a minha e não via nenhum problema nisso, consequentemente eles tinham a mesma estrutura para passar num vestibular publico que eu. Por isso hoje não tenho uma conclusão decidida quanto as cotas raciais.

Na minha opinião o sistema de cotas para alunos de ensino público é correto mas ao mesmo tempo é uma maneira do governo esconder seus deveres com a sociedade quanto ao ensino básico púlico (escolas públicas). Já quanto ao sistema de cotas raciais é um tópico que ainda deve ser muito discutido e corrigido pelo governo.
Obrigado pela atenção,
Alexandre Paiva V. dos Santos

Heleno Linhares disse...

Não há dúvidas de que a política de cotas é um caminho muito imporatante para diminuir a desigualdade social nque há no nosso país, onde grande parte dessa desigualdade social é devido a nossa história pois, ainda somos marcados pela discriminação que ocorreu na colonização e principalmente na época da escravidão.
Mas pelos dados apresentados pelo texto de apoio "Ações afrmativas na Universidade Brasileira: a experiência da UFABC" pode-se verificar que só as cotas não resolve o problema de desigualdade social pois, pode-se verificar que na UFABC uma parte significativa das pessoas que ingressam na universidade através das cotas não conseguem permanecer na mesma, devido ao fato de não terem uma boa base de ensino fundamental e médio, logo, acima da política de cotas, deve-se proporcionar uma melhor estrutura às escolar públicas, para que os alunos oriundos dessas escolas não tenham tanta dificuldade de acompanhar o ritmo de uma universidade pública, caso contrário, continuaremos
tendo universidades elitizadas.

Heleno Amorim Linhares Júnior

Gustavo disse...

Sobre a palestra de cotas que nos foi apresentada fez com que eu mudasse minha opinião.Foi uma palestra com bastante estatíticas e embassada em dados.Eu que antes podia dizer que tinha um certo preconceito ao tratar do assunto, pude mudar minha opinião e me sentir na pele de um aluno em tal situação. Espero que todos os alunos tenham aproveitado o tanto que aproveitei e que cresçam como pessoa e cidadão.Que é o intuito ao tratar de tal assunto, que gera tanta polêmica e que é tratado com descaso pela sociedade.

Gustavo Camões V.P Andrade

Felipe disse...

Creio que, como muitos disseram e de acordo com a apalestra e os textos, o sistema de cotas é apenas um medida rápida de inserção de determinadas pessoas no conjunto social. Entretanto, eu acredito que as cotas sejam apenas um ponta pé inicial para a inserção de grupos socialmente afastados do ensino público de qualidade e, consequentemente, do mercado de trrabalho.


O sistema de cotas deveria ser temporário, como uma medida de curto prazo. A longo prazo, o ideal seria investir em educação de base de qualidade, a qual poderia, ai sim, mudar o cenário de desigualdade social que o Brasil vive.

Alberto Hiroyuki Miyazawa Palmieri disse...

Para mim, o sistema de cotas é justo para as classes menos favorecidas que tenham baixas oportunidades de estudos. Caso o aluno venha de um colégio público, estadual ou federal com um ensinamento razoável, já acho injusta a aplicação da "bonificação" em relação à nota final do cidadão. O que mais me entristece ao ver os dados, é a existência de cotas para estrangeiros que não são preenchidas, nem sequer solicitadas. Seria muito bom poder compartilhar e aprender mais sobre outras culturas de uma forma mais afetiva. Seriam muito bem-vindas atitudes que estimulem estrangeiros a vir estudar no nosso país, em especial, em nossa faculdade!

Lucas S. de Arruda disse...

Inicialmente venha declarar que sou totalmente a favor das cotas, visto que esta a curto prazo tentar reduzir um problema maior criado anteriormente, porem que se em vigorpor grandes periodos de tempo, deixara seu objetivo inicial de lado,ajudando ainda mais o aumento da discriminação brasileira.

Porem o mais importante que venho ressaltar é a queda na qualidade de ensino atual, visto que atraves de relatos dos meus pais vim saber que durante uma época, não lembro a data ao certo, a escola publica oferecia otimas condições de ensino, enquanto que as escolas particulares eram tidas como recurso para os alunos que não fossem admitidos no ensino publico, assim venho perguntar como que um modo de ensino tido como de qualidade sofreu tamanha depredação, vindo a perder seu brilho e elegancia, enquanto que as escolas privadas se tornam refugios para as classe mais aforunadas investirem na educação de seus filhos.

Mainã Portella Garcia disse...

Primeiramente gostaria de deixar claro que sou sim a favor das cotas nas universidades.
Seria interessante observar esta questão como se fosse uma corrida, com uma largada desigual para diferentes classes, na qual a chegada é a tão sonhada entrada a universidade pública.
Na frente, no primeiro bloco, na largada estariam os estudantes de escola publica (e não tem essa desculpa de que minha escola particular era ruim, como se fosse publica, pois como vimos na nossa visita de campo existem escolas publicas que nem se quer tem uma biblioteca), no segundo bloco e bem atrás estão os alunos de escola publica (que em muitos casos saem do 3º do ensino médio sem terem pisado em um laboratório), por ultimo e mais distante ainda estão os negros (Estes são desfavorecidos duas vezes, uma porque são maioria nas escolas publicas e a outra é pelo preconceito racial que ainda sofrem).
Agora responda quem vencerá a corrida?? Acho que não é nem preciso responder. É só e se perguntar onde estão os negros?? Mesmo aqui na UFABC onde existem as cotas quantos alunos na nossa sala de aula são negros?? Quantos negros estão em cargos de chefia??
Portanto o papel das cotas é de diminuir a desigualdade da largada, ou seja, de dar uma oportunidade dos negros e oriundos de escola publica a entrar em uma universidade publica. Sem este incentivo, muitos não conseguiriam entrar na universidade, logo seus filhos provavelmente também não e assim sucessivamente.


Mainã Portella Garcia

Rede Projetos EJA disse...

Bingo, Mainã. Sua comparação é ótima e verdadeira. É isso. Aliás, essa política pública, como todas as outras, devem ter um prazo e também devem estar aliadas a outras para que, de fato, haja sucesso. Estou gostando muito das nossas discussões. É uma pena que não tivessem começado antes, bem antes....
abs,
profa. Keila

Felipe disse...

A discussão relacionada as cotas em universidades públicas não raramente parte com falta de precisão na informação, ou até mesmo falta dela, e grande uso de senso comum. O que tenho percebido em outros lugares quando se aborda o assunto é uma transferência do preconceito inserido na sociedade atual para a discussão, fugindo-se totalmente do tema. Lamentável!
É preciso entender que o sistema de cotas é uma tentativa de não reprodução de um modelo educacional que vem sendo copiado há anos, em que as classes mais favorecidas garantem a manutenção do mesmo e cada vez mais impossibilitam o acesso de outras classes ao ensino superior. Isso faz com que a universidade se feche e perca em parte a diversidade de seu maior recurso, que é o ser-humano.
Acho as cotas uma tentativa válida para reverter esse quadro, porém esta merece mais espaço para uma discussão mais bem fundamentada em veículos de comunicação, por exemplo. Dessa forma, seu objetivo pode realmente ser mostrado a população em geral e esta pode se posicionar com argumentos sólidos e estruturados, saindo do senso comum que tanto prejudica esse tema.

Felipe Siller

Unknown disse...

O sistema de cotas é um assunto bem polêmico. A palestra que tivemos falando sobre isso me fez revisar meus conceitos e pensar um pouco por opiniões diferentes.

As cotas são realmente muito importantes para inserção de alunos que não têm toda a estrutura necessária para ingressar em uma universidade gratuita, para não haver elitização nas universidades, porém mesmo com as cotas vemos que a elitização ainda continua, tendo em vista que quem entra na faculdade com um preparo pior, as vezes não consegue continuar, ou até mesmo ela não consegue se sustentar sem trabalhar, então precisa trabalhar e estudar e pode acontecer dessa pessoa não conseguir acompanhar o ritmo da faculdade.

Eu acho que as cotas são muito importantes para quem é oriundo de escola estadual, pois a preparação para ele entrar na universidade é muito mais baixa do que de um aluno de escola particular, porém as cotas para negros, eu não acho que faz diferença, pois a cor de uma pessoa não vai influenciar na sua preparação para o ingresso na universidade. Porém depois da palestra e do texto, vi que entra o lado histórico, com todo o sofrimento que o nosso país teve com a escravidão e todo o preconceito que vem repercutindo até hoje na vida das pessoas negras, isso que me fez rever minha opinião sobre cotas e ver as coisas por um outro ângulo.

Karoline Ariane Cassimiro

Gustavo Passos Medros disse...

Acredito que o sistema de cotas para alunos de escolas publicas seja "menos errado" do que para alunos de outros grupos etnicos. Apesar de um aluno estar deixando de ter a sua vaga para outro concorrente de escola publica obte-la, este ultimo teve muito menos preparo do que o aluno de escola particular e por isso merece um apoio. Agora o vestibulando por ser negro ou indigena não quer dizer necessariamente que teve menos preparo pois este pode ter estudado em escola particular tambem.
No caso da UFABC, onde grande parte das vagas era destinada para alunos de escolas publicas, estas vagas não serem totalmente preenchidas mostra que mudar algo nesta etapa não esta certo, deve-se mudar antes. Mudar o ensino fundamental é a base para que o aluno tenha preparo e interesse para cursar a universidade e com a ajuda dos programas de bolsa, se manter sem trabalhar, ou trabalhando menos para poder ter um nivel superior.

Luiz Henrique De Vitro Gomez disse...

Ações afirmativas e perfil do aluno da UFABC

Os indígenas e os negros foram durante séculos tratados como raças inferiores, escravizados, rebaixados, simplesmente ignorados. Esse é um dos grandes motivos para a grande desigualdade socioeconômica que vivemos em nosso país, sobretudo uma desigualdade étnico-racial o que faz com que ações e medidas através de políticas públicas se tornem essenciais para a manutenção desses danos causados em um passado não muito distante e, infelizmente, muitas vezes presente até os dias de hoje. Sobretudo as cotas para negros (pardos e pretos), indígenas e oriundos de escolas públicas foram o eixo central dos textos lidos e de nossos debates em sala de aula contudo, acredito que após a leitura dos textos posso afirmar que mais do que somente esse tipo de cotas acho necessário existir as mesmas também para pessoas especiais (portadores de deficiências físicas) que muitas vezes se julgam incapacitados e acuados por uma sociedade que igualmente aos indígenas e negros de uma maneira ou de outra os reprimem e os fazem se tornarem pessoas sem perspectiva e desacreditadas de serem úteis e dar sua contribuição para a sociedade. Através do survey aplicado aos candidatos a nossa universidade (UFABC) é perceptível que esta havendo um processo de elitização em relação aos mesmos. Apesar de na UFABC tentarmos, promover por meio das cotas, a diminuição das desigualdades sociais, étnicas e econômicas que ocorrem em nosso país e também em grande maioria das universidades públicas. O artigo nos mostra que o predomínio de certas características em nossos candidatos como: raça/cor de pele branca, oriundo de escola privada/particular, mora em São Paulo – capital (implicando em uma desregionalização), ter cursado o ensino médio no período da manhã, renda mensal alta em ralação aos padrões de nosso país, entre outras nos prova que políticas públicas isoladas são muito fragilizadas e limitadas pois é necessário medidas conjuntas e que antes de serem inicializadas haja reflexão e estudo para verificar se serão efetivas. Além disso temos o fato de que o vestibular faz com que a elitização aumente ainda mais, por privilegiar as camadas mais abastadas. Em minha opinião o mais sensato neste momento é uma avalição continua dos futuros candidatos, assim como ocorre na UnB (Universidade Federal de Brasília) da segunite maneira: no primeiro ano do ensino médio é aplicada uma prova com o conteúdo do mesmo, no segundo ano do ensino médio é aplicada uma prova com o conteúdo do mesmo mais o conteúdo do primeiro e no terceiro é aplicada uma prova com todo o conteúdo abordado. Dessa forma certos canditatos que nunca levaram a sério os estudos os encarando de maneira irresponsável e os subestimando e “acordam” e se acabam de estudar durante “apenas” um ano para passarem no vestibular sendo que logo que adentram a universidade voltam a ter os antigos hábitos, seriam totalmente desfavorecidos por esse processo de seleção e seria preservado/favorecido os candidatos dedicados que têm responsabilidades e possuem metas e objetivos traçados a serem conquistados com suor, dedicação e determinação.

Luiz Henrique De Vitro Gomez

andrei lópez disse...

Bela comparação Mainã. Mas aí é que está um problema nas cotas: será que todo negro é "marginal", desprovido financeiramente, desprovido intelectualmente?? Por causa da história, temos mania de pensar automaticamente que TODO negro se encaixa no conceito de POBRE. Por isso sou a favor, somente, das cotas relativas à renda do candidato: independente da etnia (a palavra raça é sem sentido) e origem escolar, todo o cidadão que não teve ou não tem acesso a educação de nível superior, devido a questão financeira, tem o direito de usufruir desta oportunidade de educação. Veja quantos gênios, não só brasileiros, que viveram na miséria e se destacaram mais a frente nas suas vidas, como Machado de Assis, independente de cor ou educação que tiveram. Não é estranho, quem sabe algum dia, uma plateia te aplaudir e você agradecer dizendo que tudo deu certo porque você entrou numa grande universidade por um vestibular e uma "seleção de cores"??

Beatriz disse...

Antes da palestra sobre Ações Afirmativas, eu não acreditava que o Sistema de Cotas fosse algo que realmente funcionasse para aquilo que fora criado, porém depois que assiti a palestra, percebi que algumas das justificativas para a sua implantação são realmente válidas. Por exemplo, não podemos negar que antes da implantação desse sistema, a chance de entrada de estudantes de algumas escolas públicas ao Ensino Superior era menor do que a chance de entrada de estudantes da rede particular, pois, entre outros fatores, a qualidade do ensino que receberam era baixa em relação ao ensino paricular. Porém, a partir da implantação desse sistema é realmente notável que ele seja o responsável pela inclusão de muitos estudantes dessas escolas públicas no Ensino Superior e isso é de fundamental importância para que exista uma diversidade cultural dentro do ambiente unversitário.
Porém, mesmo com todos esses benefícios, acredito que esse sistema seja apenas uma solução à curto prazo, pois na verdade, o que deve ser feito, enquanto o sistema de cotas é utilizado, é um projeto de MELHORIA e RENOVAÇÃO do Ensino Público e Básico no Brasil, aumentando a qualidade desse ensino, pois somente assim, os estudantes de escolas públicas conseguirão ter as mesmas oportunidades e o mesmo nível de aprendizagem que todos os outros estudantes brasileiros.

Rede Projetos EJA disse...

Andrei,
a questão, já dissemos isso, não é "pobreza", ou seja, cotas para negros não é só uma questão econômica. Vai muito além disso. Estamos falando de outras variáveis, como auto-estima baixa, sensação de inferioridade, coisas subjetivas que, muitas vezes, não são levadas em conta. A história das políticas públicas têm mostrado que, quando levadas em contas as questões subjetivas, a possibilidade de darem certo e surtirem resultados muito positivos é imensa! Por exemplo, a questão da violência contra a mulher não se resolve só com punição e "prisão" do agressor companheiro. É preciso trabalhar as questões que estão por trás: machismo, sensação de propriedade e outras tantas questões de valores culturais que estão introjetados e que precisam ser tocados para uma mudança efetiva.
abs,
Keila

Ana Flávia Cavenaghi disse...

Bom, sempre achei muito justo haver cotas para escolas públicas, pois realmente falta incentivo para essas pessoas batalharem por um futuro melhor.Imagina quantas pessoas desistiram de tentar uma vaga no Ensino Superior por não acreditarem em si mesmos, na capacidade que cada um tem.Vendo que essas pessoas estão muito atrás das pessoas que cursaram escolas particulares, se não houvesse uma "ajuda" para eles entrarem na Universidade, como que eles poderiam crescer na vida?
E é este o fato, tudo vira uma bola de neve:quem pode sustentar uma escola particular tem chances maiores de entrar na Universidae, e, consequentemente, aumentam as chances de crescer na vida, de ter um futuro melhor.Agora, são as pessoas que não têm condições nem de pagar uma escola particular que precisam ter um futuro melhor.E como elas terão esse futuro se as portas se fecham para eles?
Com certeza o melhor a se fazer é investir na educação desde o básico, desde das creches.Porém, não é isso que vem acontecendo.Portanto, um meio de tentar dar a oportunidade a todos é incentivando os alunos a entrarem na Universidade e, hoje, tal incentivo são as cotas.
Fiquei muito chateada também deste tema não ser discutido com tempo em sala de aula porque acredito que todos temos um pouco a falar e acrescentar sobre este fato.

Ana Flávia Cavenaghi

Manuela Martins disse...

Após a palestra que tivemos sobre as cotas, a minha opinião sobre este assunto se alterou um pouco. De início eu era totalmente contra as cotas, pois acreditava que isso era uma forma de discriminar os alunos vindos de escolas públlicas e os negros. Porém, hoje em dia, eu concordo com as cotas para os alunos de escolas públicas, pois estes não têm culpa de não terem tido uma educação de qualidade (se comparado com a educação das escolas particulares). Mas, continuo a discordar das cotas para os negros, pois estes podem ter tido uma educação muito boa, podem ter estudado em escolas particulares, podem ter feito cursinho preparatório para o vestibular. Desta forma, eu acredito que os alunos das escolas (públicas brancos ou negros) deveriam receber cotas (até que o governo melhorasse a educação), já os negros de escolas particulares, não deveriam.

Manuela Vieira Martins

Larissa Kawabe disse...

Lendo o que o Heleno escreveu em um comentário anterior, pensei: certo, melhoria no ensino básico, mas... e se essa melhoria for grande o bastante pra iniciar uma disputa entre alunos que têm condições de estudar em colégios particulares e os que realmente precisam das escolas públicas, como acontece com as universidades? Ou como acontece com as ETECs, que têm vagas (melhor dizendo, tinham até 2005 ou 2006, quando 3 amigas minhas tentaram entrar, fizeram cursinho só pra isso; uma delas até deixou de cursar o 1º ano do ensino médio pra fazer mais um ano de cursinho pra tentar entrar na ETEC. Detalhe: nenhuma delas conseguiu) para o ensino médio bastante disputadas?
E a partir disso, veio-me a mente: bom, pensando dessa forma, não dá pra pensar nas cotas como uma medida emergencial e a melhoria do ensino básico como solução definitiva. Se houvesse melhoria no ensino público básico e a concorrência pelas vagas aumentasse tanto quanto numa ETEC, continuaríamos a ter essa desigualdade vista nas universidades também em escolas do ciclo básico. Isso imaginando que não haveria escolas suficientes para todos os alunos que, hipoteticamente, solicitariam matrícula. Logo, as cotas teriam de permanecer e outra solução precisaria ser pensada. Claro que não estou dizendo que uma melhoria no ensino básico não adiantaria nada, pelo amor de Deus! Mas isso poderia gerar um problema semelhante ao das universidades públicas e, com isso, é necessário pensar em outras medidas para resolver esse problema. E acho que nós não deveríamos apenas dizer: olha, temos um problema. Alguém ter de resolver isso. Todos nós podemos parar um pouquinho pra pensar em novos meios de tratar essa situação – eu acho que isso também daria um bom tema pra uma IC. Hehehe.
Sinceramente? Eu era uma daquelas pessoas que pensava: cotas pra alunos de escolas públicas sim, cotas raciais não. Aquela história de cotas raciais são, por si só, racistas, etc. Os textos, a aula me fizeram enxergar um pouco melhor as coisas, o lado a favor das cotas e suas razões. Mas ainda acho que, até em caráter emergencial, não é uma ótima solução, e nós podemos constatar isso com os dados do texto da professora. Também é claro que, apesar de não ser uma solução maravilhosa, é, por ora, a melhor que nós temos. E não faz sentido não utilizá-la porque não traz grandes retornos.
Enfim, (isso tá muito grande) acho que as cotas, até uma solução melhor aparecer, devem ser utilizadas nas universidades, sim; mas ao invés de ficarmos sempre discutindo somente sobre a relevância das cotas, devemos começar a pensar realmente em outras soluções pra isso – realmente – discutindo prós, contras e porquês.

Jacqueline Ramos disse...

É muito difícil para uma pessoa que veio de uma escola particular aceitar o sistema de cotas para qualquer tipo de exame ou ingresso de instituição, como ingresso na faculdade. Eles se sentem lesados, e que a instituição está dando de mão beijada essa chance. Aqui mesmo na universidade já ouvi muitos colegas de sala falarem que não aceitam esse sistema, e que nem todas as vagas que são oferecidas para cotistas foram preenchidas, e que estes estão sendo folgados, que mesmo dando essa chance não aproveitam. Mas eles não consideram os fatos históricos e sociais, que essa pessoa carrega, como, por exemplo, ser descendente de índio e oriundo de escola pública. Na maioria das vezes a pessoa não teve a oportunidade de cursar um bom ensino e tenta, na medida do possível, dar o melhor de si, e nada melhor do que uma chance como essa do sistema de cotas para ajudar o aluno. Não é a coisa certa a fazer, mas é a que compensa o sistema de ensino do país ser tão desigual. Claro que tem muita escola pública com ensino melhor que de particulares, mas a proporção entre escola pública com ensino bom e ensino ruim é muito diferente.

Fernando S. S. Duarte disse...

Cotas para pessoas oriundas de escolas públicas são até aceitas pelas pessoas, porém as cotas raciais não são tão bem vistas... Eu até penso um penso dessa maneira, porém lendo os textos e os comentários, vi que nada é simples sobre este assunto.
Concordo com as cotas para escola pública porque sei (e todos sabem) que o ensino fundamental e médio público deixam muito a desejar, e que vagas em grandes universidades são tomadas em sua maioria por estudantes de escolas particulares... Não porque são mais capacitados, mas simplesmente porque tiveram uma melhor formação. Porém existem muitas pessoas que fizeram o ensino público e depois um curso pré-vestibular, e em minha opinião algumas pessoas saíram do cursinho sabendo muito mais de quem cursou escola particular... Então realmente torna-se uma questão complexa, pois essas pessoas passariam a competir de maneira “desigual” devido às cotas.
Sei que essa escolha de cotas para pessoas do ensino público visa atender as pessoas de baixa renda (ou não), pois elas não puderam ter acesso ao ensino privado. Esta medida por si só é dizer que o ensino público é ruim. Acho que esse tipo de cota deveria atentar mais à renda do que a formação básica, pois existem escolas federais que são muito boas e não necessariamente a pessoa não tinha condições de cursar uma escola privada.
Sobre as cotas raciais, acho que não é a medida mais correta a ser tomada, porém não tenho como argumentar muito por isso, pois não sei as condições em que as pessoas acabam estudando... Penso até que possa haver racismo no próprio ensino básico, e isso afetaria dramaticamente a formação da pessoa, e talvez oferecer uma chance a ela na universidade pública por meio da cota não seja tão ruim assim... O problema é que a maioria das pessoas (inclusive eu) não sabe realmente o que acontece com as famílias menos favorecidas e pessoas que sofrem racismo...
Porém acho que nenhuma Ação Afirmativa será completa se não houver um planejamento para mudanças na base do ensino! Como já foi dito por outros colegas aqui, deve ser pensado como um ato provisório, ou uma corrida... E sim, não é o melhor, mas é o que da pra ser feito no momento, só não podemos achar que isso é a solução e torná-la permanente.

Unknown disse...

Antigamente eu tinha uma idéia muito fechada a respeito de cotas, principalmente cotas para negros.
Sabe-se que no Brasil a educação das pessoas que estudam em escola pública é de um nível muito inferior aos estudantes de escolas pagas. Ai entra muito a parte da valorização do professor. Aqui não temos aquele incentivo ao professor para fazer ele gostar de dar aula. Não pode ter um professor que vai ministrar as aulas apenas para cumprir horário, ele tem que ir com a cabeça de que está mudando a vida de uma pessoa, e que aquela pessoa pode ir mudando aos poucos o pensameno coletivo no sentido positivo. Mas voltando ao assunto tratado. Ao meu ver, as cotas para alunos de escola pública não seriam necessárias se todos tivessem uma educação de qualidade. Onde não seriam necessários pagar para ter uma boa educação, ela estaria acessível a todos. O problema, é que a pessoa pode ser um gênio, mas não consegue estimular essa parte dela pois não tem dinheiro, consequentemente não estuda em uma escola boa e assim não passa em nenhuma faculdade. Eu já estudei com pessoas inteligentíssimas, mas que por falta de oportunidade, não puderam adentrar em uma escola melhor. A escola, no caso estadual, foi um fator determinante na vida dessa pessoa. Essa é minha opinião a respeito de cotas pra escolas públicas. Ela é necessária sim! Porém, como já falei anteriormente, o bom seria que todos tivessem o mesmo nível de educação.

Já a respeito das cotas para negros, para mim há um certo preconceito a respeito disso. O estranho é que não tem cotas para negros de escola particular, somente para negros de escola públicas. Então se a pessoa for rica, ela acabou "deixando de ser negra?". Antes eu tinha uma opinião completamente contra esse tipo de ação afirmativa. Mas com o texto, dá para perceber que entra a parte do histórico social desse tipo de população. A relação deles com sua própria firmação na sociedade, o medo de tentarem buscar algo maior em uma sociedade que é maioria branca. Essa oportunidade várias faculdades já estão oferencedo, mas ainda gera muita polêmica. Se eu não tivesse tido lido os textos, creio que minha opinião continuaria sendo contra esse tipo, mas agora já penso de uma maneira diferente a respeito disso, não totalmente a favor, mas entendendo melhor o motivo de existir.

Foi muito curta a aula a respeito das ações afirmativas e ainda foi mais uma exposição de dados, não um debate. Precisaria de mais tempo para se discutir melhor isso. Mas creio que já serviu para muitas pessoas mudarem suas opiniões ou até mesmo conseguirem entender melhor a respeito do assunto.



Matheus Henrique S Santos

Fernanda disse...

As cotas raciais são uma medida emergencial pra o problema de discriminação no nosso país. Devemos ser a favor dessa medida provisória. Pois apesar da discriminação ser considerada velada, ela é muito forte, observando que os negros no nosso pais não ocupam cargos importantes. Ser contra essa política afirmativa é negar mais uma vez o direito dessas pessoas que sofreram de mais de 300 anos de escravidão e que historicamente mesmo após a escravidão não tiveram oportunidade de acesso à uma educação de qualidade e nem mesmo de mobilidade social. Para sermos contra a esse tipo de política, primeiro devemos conhecer a nossa realidade, a que tipo de grupo social pertencemos e as oportunidades que tivemos. Pois, ser contra as cotas sendo que tivemos acesso a um bom preparo acadêmico e que estaremos adentrando em uma boa universidade, e preparados para bons cargos, é não pensar mais uma vez nessa população discriminada pela minoria branca que comanda o nosso país. Muitas vezes, nosso cinismo em afirmar que a população negra é tratada do mesmo modo que a branca, faz com que sejamos contra as políticas de ações afirmativas. Devemos observar as estatísticas, em que apenas 2% da população universitária é negra, o que é extremamente assustador sendo que a maioria da população brasileira é afro-descendente. As cotas serviriam pra essas pessoas estarem melhor preparadas para o mercado de trabalho, para se posicionarem de forma ativa no cenário político e terem condições de exigirem os seus direitos. Além disso, uma posterior mobilidade social dessas pessoas que são discriminadas duas vezes por serem negras e pobres. O problema vai muito além do caráter econômico pelo fato de até negros bem-sucedidos como o caso do Gilberto Gil, em 2003, que se declarou “negro-mestiço”, ou seja, negando sua condição de negro. Esse problema de identificação, o complexo de inferioridade e a cultura de branqueamento é muito sério, o que só o tempo pode vir a solucionar. Enfim, essas medidas são apenas, como já mencionado, emergenciais mas são o primeiro passo e não o único. Embora, como vimos existem inúmeros outros problemas, mas com as políticas afirmativas já estaremos no caminho. Somente assim, deixando de lado nosso cinismo, estaremos aptos a tentar reparar o que essas populações sofreram e sofrem e que nós não fazemos a mínima idéia, pois não estamos no lugar dessa população.

Fernanda G. Furtado

Renan Jim Urata disse...

A motivação para o desenvolvimento de qualquer entidade com fins econômicos, formada pelos indivíduos desta sociedade, é garantida pela concorrência. Neste meio capitalista, somos, inclusive os produtores do conhecimento (cientistas), objetos para acúmulo de capital. Tendo como base para argumentação o fato de que os países mais ricos do mundo são também aqueles que mais investem em pesquisas afim de venderem suas tecnologias para outros países, justamente por que esse comércio é bastante lucrativo. Então, o desenvolvimento do conhecimento, ou seja, a expansão de suas fronteiras, está atrelado a desigualdade socioeconômica entre os países. Em âmbito nacional, observa-se o mesmo efeito em escala reduzida. Isso gera uma série de problemas sociais, como violência, fome, desemprego, etc.
Para amenizar esse efeito no Brasil, foi proposta uma medida já tomada por países desenvolvidos e que estão dando certo. Esta medida é baseada no sistema de cotas, ao qual propõe reservar vagas as pessoas pertencentes aos grupos como a dos negros, pardos e indígenas. Visto que a base de ensino público, até ensino médio, no Brasil é deficiente, tornando-se pouco provável que um deles vá conseguir superar o último candidato ingressante do vestibular (atual sistema adotado para selecionar candidatos) pertencente a elite cuja possibilidade de se preparar para tal seleção é maior.
A produção de novos conhecimentos está apoiada em conhecimentos passados, como citado pelo grande físico Isaac Newton: “Somente pude ver mais longe, pois estava apoiado sobre o ombro de gigantes”. Logo, podemos notar que os indivíduos que chegam com uma base de conhecimento fragilizada que lhe fora oferecida vão possuir grandes dificuldades de adaptação, portanto, estatisticamente, observa-se que o sistema por si só é pouco eficiente.
Conclui-se, então que esta medida apenas não vai mudar o quadro referente a desigualdade econômica, porém do lado social pode contribuir significativamente para a inclusão dessas pessoas, sendo um grande avanço. Portanto, necessita-se repensar outras meios que forneçam uma estrutura mais sólida desse “instrumento” (referente as medidas contra a desigualdade socioeconômica) tornando-o mais eficiente.

Renan Jim Urata

Bruno Rivetti Zabeu disse...

Anteriormente a palestra, eu não via as cotas com "bons olhos". Porém, hoje em dia, eu concordo com as cotas para os alunos das escolas públicas, devido ao ensino que não é tão bom, se comparado com o das escolas particulares. As cotas para os negros, visto que estes também podem estudar em escolas particulares, ter uma boa educação, não as vejo de uma forma satisfatória, devido a este comentário que citei acima. Desta forma, acho que as cotas deveriam existir para os alunos das escolas públicas, pois isto torna um incentivo para os mesmos entrarem na faculdade pública.

Bruno Rivetti Zabeu

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